Dúvidas

Mamoplastia Redutora pelo SUS: Quem Pode e Como Funciona

A mamoplastia redutora é uma cirurgia plástica que visa reduzir o tamanho e o volume das mamas, aliviando assim os desconfortos físicos e psicológicos que podem ser causados por seios excessivamente grandes. Essa cirurgia é considerada corretiva e não meramente estética, e é uma opção importante para mulheres que sofrem com problemas de saúde devido ao tamanho de suas mamas.

O Projeto de Lei 1756/21 propõe regras para a realização de cirurgia de redução de mama pelo Sistema Único de Saúde (SUS), visando beneficiar pacientes com hipertrofia mamária ou gigantomastia. Para terem direito ao procedimento, os pacientes precisam comprovar incapacidade financeira e apresentar laudo médico que ateste o comprometimento do sistema músculo-esquelético. A iniciativa busca aliviar sintomas como dor cervical e no ombro, melhorando a qualidade de vida das pacientes.

Quem Pode Fazer a Redução de Mama pelo SUS?

Para ter direito a uma mamoplastia redutora pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a paciente precisa atender a certos critérios. Em primeiro lugar, é fundamental comprovar a necessidade da cirurgia para preservar a saúde e o bem-estar da paciente.

Isso geralmente envolve a apresentação de laudos médicos que evidenciam problemas físicos, como dores nas costas, nos ombros, no pescoço, hérnias, assaduras abaixo dos seios e complicações respiratórias devido ao tamanho das mamas.

Além disso, a paciente deve demonstrar que não possui condições financeiras para arcar com o procedimento em uma clínica particular. Isso é verificado por meio de assistentes sociais que avaliam a situação econômica da paciente.

Categorias de Cirurgia: Estética versus Reparadora

É importante compreender a diferença entre cirurgia estética e cirurgia reparadora para entender quando a mamoplastia redutora pode ser realizada pelo SUS.

  • Cirurgia Estética: A cirurgia estética tem como objetivo melhorar a aparência da paciente, muitas vezes para atender a padrões de beleza ou para aumentar a autoestima. Exemplos incluem cirurgias para aumentar o tamanho dos seios (implantes de silicone) ou procedimentos de rejuvenescimento facial.
  • Cirurgia Reparadora: A cirurgia reparadora, por outro lado, busca corrigir problemas físicos ou patologias que afetam a qualidade de vida da paciente. Isso inclui casos de gigantomastia, onde as mamas excessivamente grandes causam dor crônica, problemas posturais, ou impactos na saúde respiratória.

Quais Condições Podem Qualificar para uma Mamoplastia pelo SUS?

Mulheres com gigantomastia são um grupo que pode se beneficiar da mamoplastia redutora pelo SUS. Gigantomastia é uma condição na qual as mamas são tão grandes que causam desconforto físico significativo, incluindo dores nas costas, ombros e pescoço, além de hérnias, assaduras abaixo dos seios, complicações respiratórias e dificuldade em realizar atividades diárias.

Além disso, mulheres que estão passando por tratamento de câncer de mama podem ser candidatas a uma mamoplastia redutora pelo SUS, principalmente quando a cirurgia é parte do tratamento do câncer e é necessária para preservar a saúde da paciente.

Como é o Processo para Realizar uma Mamoplastia pelo SUS?

O processo para realizar uma mamoplastia redutora pelo SUS pode ser longo e burocrático. Aqui está um resumo do passo a passo:

  1. Triagem no Posto de Saúde: A paciente começa o processo passando por uma triagem em uma unidade de saúde local, onde a necessidade da cirurgia é avaliada por um médico clínico geral. Se a cirurgia for considerada necessária, a paciente é encaminhada para um cirurgião plástico.
  2. Consulta com o Cirurgião Plástico: A paciente se consulta com um cirurgião plástico, explicando os desconfortos causados pelo tamanho das mamas. O cirurgião avalia o caso e, se aprovado, solicita uma série de exames.
  3. Exames Médicos: A paciente passa por uma série de exames médicos para confirmar sua aptidão para a cirurgia.
  4. Avaliação do Assistente Social: Um assistente social avalia a situação financeira da paciente para garantir que ela não tenha condições de arcar com o procedimento.
  5. Recebimento da Guia de Encaminhamento: Se aprovada, o cirurgião emite uma guia de encaminhamento para a cirurgia e a paciente entra na fila de espera.

É importante ressaltar que a fila de espera pelo procedimento pode ser longa, levando vários anos em alguns casos, o que pode agravar os desconfortos físicos e emocionais da paciente.

Desvantagens da Cirurgia pelo SUS

Embora a mamoplastia redutora pelo SUS seja uma opção valiosa para muitas mulheres que não podem pagar por uma cirurgia particular, há algumas desvantagens a considerar:

  1. Tempo de Espera: A fila de espera para a cirurgia pode ser longa, o que significa que a paciente pode esperar vários anos até receber o procedimento.
  2. Maior Risco de Infecção: As cirurgias realizadas em hospitais-escola do SUS podem ter um risco ligeiramente aumentado de infecções hospitalares, devido à ampla gama de procedimentos realizados nesses locais.
  3. Resultado Abaixo do Esperado: As cirurgias de mamoplastia e mastopexia realizadas pelo SUS geralmente são feitas por médicos residentes em treinamento, o que pode aumentar o risco de resultados insatisfatórios devido à falta de experiência.
  4. Pós-Operatório Limitado: O acompanhamento pós-operatório nem sempre é tão flexível ou completo quanto o desejado. A paciente pode ter que buscar cuidados adicionais em hospitais públicos ou clínicas da rede SUS.

Alternativas à Mamoplastia Redutora pelo SUS

Para as mulheres que não desejam esperar pelo SUS ou que não atendem aos critérios necessários, existem algumas alternativas a serem consideradas:

  1. Planos de Saúde: Alguns planos de saúde podem cobrir a mamoplastia redutora se for considerada uma cirurgia reparadora devido a problemas de saúde, como dores nas costas. No entanto, a burocracia e as restrições de cobertura podem variar.
  2. Cirurgia Particular: Optar por uma cirurgia particular oferece uma opção mais rápida e flexível. A paciente pode escolher seu cirurgião e hospital, além de não precisar comprovar a necessidade médica da cirurgia. No entanto, os custos variam amplamente e podem ser proibitivos para algumas pessoas.
  3. Acompanhamento de Projetos de Lei: Existem projetos de lei em andamento em muitos estados e municípios que buscam regulamentar e facilitar o acesso à mamoplastia redutora pelo SUS. Acompanhar essas iniciativas e participar de grupos de apoio ou associações de pacientes pode ser uma maneira de lutar por melhores políticas de saúde.

Conclusão

A mamoplastia redutora pelo SUS é uma opção importante para mulheres que sofrem com problemas de saúde devido ao tamanho excessivo das mamas. No entanto, o processo pode ser demorado e burocrático, com longas filas de espera. Além disso, o atendimento pós-operatório pelo SUS pode não ser tão abrangente quanto o desejado. Portanto, é fundamental que as pacientes compreendam os critérios e alternativas disponíveis para tomar decisões informadas sobre sua saúde e bem-estar.

Dr. Jorge Moulim (CRM 7797-ES) e RQE: 5959, cirurgião-plástico em Vitória (ES), especialista, médico renomado e experiente.

Sobre o autor | Website

Dr. Jorge Moulim – CRM 7797-ES e RQE: 5959 Formação acadêmica: * Residência médica em cirurgia plástica pela Universidade Estadual Paulista * Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, confira o perfil, clique aqui. * Membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética * Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!