Dúvidas

Ginecomastia pelo SUS: Desvendando o Procedimento e as Possibilidades

A ginecomastia é uma condição bastante comum. Estima-se que afete entre 40% e 60% dos homens em algum momento de suas vidas.A condição é especialmente prevalente em três períodos: recém-nascidos (devido aos hormônios maternos), adolescentes (durante o pico hormonal da puberdade) e homens mais velhos (devido ao declínio na produção de testosterona).

Em adolescentes, cerca de 50% a 70% dos meninos experimentam algum grau de ginecomastia durante a puberdade, com regressão espontânea na maioria dos casos dentro de dois anos.

Entre os homens mais velhos (acima de 50 anos), a prevalência é de aproximadamente 65%, muitas vezes associada à redução nos níveis de testosterona e aumento na proporção de tecido adiposo.

Além de desequilíbrios hormonais, a ginecomastia pode ser causada pelo uso de certos medicamentos (como esteroides anabolizantes, antiandrogênicos, antidepressivos), doenças hepáticas, tireoidianas e abuso de substâncias (álcool, maconha).

A obesidade também pode exacerbar a condição, pois o tecido adiposo aumenta a conversão de testosterona em estrogênio.

A cirurgia para correção da ginecomastia, chamada mastectomia redutora, é um dos procedimentos estéticos mais procurados por homens.

Nos Estados Unidos, em 2020, foram realizadas cerca de 20.000 cirurgias de ginecomastia, tornando-se o procedimento cirúrgico estético masculino mais popular, superando a lipoaspiração masculina.

Globalmente, esse número chega a cerca de 70.000 cirurgias por ano, refletindo a crescente demanda por correção cirúrgica.

A maioria dos pacientes que procura cirurgia de correção de ginecomastia está na faixa etária de 18 a 35 anos, embora homens mais velhos também busquem tratamento.

A correção cirúrgica é frequentemente procurada após a adolescência, quando a condição não regride espontaneamente ou afeta a autoestima e qualidade de vida do paciente.

A taxa de satisfação dos pacientes com a cirurgia de correção de ginecomastia é alta, variando entre 85% e 95%. A maioria dos homens relata melhora significativa na autoestima e conforto ao usar roupas justas ou praticar atividades físicas.

A taxa de complicações é baixa, mas pode incluir assimetrias, cicatrizes visíveis, perda temporária de sensibilidade nos mamilos e hematomas.

A recuperação completa da cirurgia leva de 4 a 6 semanas. A maioria dos pacientes retorna ao trabalho em cerca de uma semana, dependendo do tipo de atividade profissional.

Durante a recuperação, é recomendado o uso de cintas de compressão para reduzir o inchaço e ajudar na conformação da área tratada.

Entre 2000 e 2020, houve um aumento de mais de 30% na procura pela cirurgia de ginecomastia, impulsionado pelo aumento da conscientização sobre a condição e pelo estigma reduzido associado à cirurgia plástica para homens.

Felizmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece procedimentos para tratar essa condição, garantindo acesso a cuidados médicos de qualidade para todos os cidadãos brasileiros. Neste artigo, vamos explorar o procedimento de correção de ginecomastia pelo SUS, fornecendo informações detalhadas para tirar todas as dúvidas sobre o assunto.

O que é ginecomastia?

Antes de entrarmos nos detalhes do procedimento pelo SUS, é importante entender o que é a ginecomastia. Esta condição ocorre quando há um aumento anormal do tecido mamário em homens, podendo ser causada por desequilíbrios hormonais, uso de certos medicamentos, condições médicas subjacentes ou simplesmente devido a fatores genéticos. A ginecomastia pode afetar homens de todas as idades, desde a adolescência até a fase adulta.

Procedimento de correção de ginecomastia pelo SUS

O SUS oferece a possibilidade de tratamento cirúrgico para corrigir a ginecomastia em casos onde outros métodos não são eficazes. O procedimento é realizado por cirurgiões plásticos capacitados e é totalmente gratuito para os pacientes que se enquadram nos critérios estabelecidos pelo sistema de saúde pública.

Avaliação Médica

Antes de se submeter à cirurgia de correção de ginecomastia pelo SUS, é necessário passar por uma avaliação médica detalhada. O paciente será submetido a exames físicos e testes para determinar a causa e a gravidade da ginecomastia, bem como para garantir que ele esteja em condições adequadas para a cirurgia.

Procedimento Cirúrgico

O procedimento cirúrgico para correção de ginecomastia geralmente envolve a remoção do excesso de tecido mamário e, em alguns casos, também da gordura localizada na região. A técnica utilizada pode variar dependendo do caso e das preferências do cirurgião, podendo incluir a liposucção, a excisão cirúrgica ou uma combinação de ambas.

Recuperação e Acompanhamento

Após a cirurgia, é importante seguir todas as recomendações médicas para garantir uma recuperação segura e eficaz. O paciente pode esperar algum desconforto temporário, inchaço e hematomas na região tratada, mas esses sintomas geralmente diminuem ao longo do tempo. O acompanhamento médico regular será necessário para monitorar a evolução do paciente e garantir resultados satisfatórios.

Cobertura e Critérios de Elegibilidade

É importante destacar que a cobertura do procedimento de correção de ginecomastia pelo SUS está sujeita a critérios específicos. Nem todos os casos podem se qualificar para a cirurgia gratuita. Geralmente, a cirurgia é indicada para casos de ginecomastia que causam desconforto físico significativo, dor ou impacto psicológico negativo comprovado. A avaliação médica determinará se o paciente atende aos critérios estabelecidos para receber o procedimento pelo SUS.

Tempo de Espera e Disponibilidade

Como acontece com muitos procedimentos médicos pelo SUS, pode haver um tempo de espera para agendar a cirurgia de correção de ginecomastia, especialmente em regiões onde a demanda é alta. É importante estar ciente desse aspecto e manter contato regular com os serviços de saúde locais para acompanhar o progresso do agendamento.

Alternativas e Abordagens Não Cirúrgicas

Embora a cirurgia seja uma opção eficaz para muitos casos de ginecomastia, é fundamental lembrar que existem também abordagens não cirúrgicas para o tratamento dessa condição. Dependendo da causa subjacente da ginecomastia e da gravidade do problema, outras opções de tratamento podem incluir terapia hormonal, mudanças no estilo de vida, acompanhamento psicológico e medicamentos específicos. É importante discutir todas as opções disponíveis com um médico especializado para determinar o plano de tratamento mais adequado para cada caso.

Quem Pode se Beneficiar e Como Acessar o Procedimento pelo SUS

Para se beneficiar do procedimento de correção de ginecomastia pelo SUS, é necessário atender aos critérios estabelecidos pelo sistema de saúde pública. Geralmente, os pacientes que sofrem de ginecomastia e desejam passar pela cirurgia gratuita precisam:

  1. Avaliação Médica: O primeiro passo é procurar atendimento médico em uma unidade de saúde do SUS para uma avaliação inicial. O médico realizará exames físicos e poderá solicitar exames complementares para determinar a gravidade da ginecomastia e se o paciente se qualifica para o procedimento cirúrgico.
  2. Encaminhamento para Especialistas: Em muitos casos, o médico de atenção primária encaminhará o paciente para um especialista, como um cirurgião plástico ou endocrinologista, para uma avaliação mais detalhada e discussão sobre as opções de tratamento.
  3. Cumprimento dos Critérios de Elegibilidade: O paciente deve atender aos critérios de elegibilidade estabelecidos pelas diretrizes do SUS para receber o procedimento cirúrgico. Isso pode incluir a demonstração de impacto significativo na qualidade de vida devido à ginecomastia e a comprovação de que outras formas de tratamento foram tentadas sem sucesso.
  4. Agendamento da Cirurgia: Após a avaliação e o cumprimento dos critérios, o paciente poderá ser encaminhado para agendar a cirurgia de correção de ginecomastia em um hospital público credenciado pelo SUS. O tempo de espera pode variar dependendo da disponibilidade de recursos e da demanda na região.

Documentação Necessária

Para acessar o procedimento de correção de ginecomastia pelo SUS, o paciente geralmente precisará fornecer alguns documentos e informações, tais como:

  • Documentos de identificação (RG, CPF)
  • Cartão Nacional de Saúde (CNS) ou número do SUS
  • Encaminhamento médico ou pedido de cirurgia emitido por um profissional de saúde do SUS
  • Resultados de exames médicos relevantes, como ultrassonografia mamária ou hormonal, se aplicável
  • Comprovante de residência

É importante consultar as autoridades de saúde locais ou a unidade de saúde do SUS mais próxima para obter informações específicas sobre os requisitos e procedimentos necessários para acessar o tratamento de ginecomastia pelo sistema público de saúde.

Conclusão

A correção de ginecomastia pelo SUS oferece uma oportunidade valiosa para pacientes que enfrentam essa condição e desejam receber tratamento cirúrgico gratuito. Ao seguir os passos adequados, incluindo a avaliação médica, o cumprimento dos critérios de elegibilidade e a obtenção da documentação necessária, os pacientes podem acessar os cuidados de saúde de que necessitam para melhorar sua qualidade de vida e bem-estar.

Se você está considerando a correção de ginecomastia pelo SUS, não hesite em procurar orientação médica para iniciar o processo e obter as informações necessárias para tomar decisões informadas sobre seu tratamento. Sua saúde e bem-estar são prioridades que merecem ser cuidadas com cuidado e atenção adequados.

Sobre o autor | Website

Dr. Jorge Moulim – CRM 7797-ES e RQE: 5959 Formação acadêmica: * Residência médica em cirurgia plástica pela Universidade Estadual Paulista * Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), confira o perfil, clique aqui. * Membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética * Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

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