Dúvidas

Mama acessória: o que é, quando se preocupar e como tratar

Mama acessória

Mama acessória é a presença de tecido mamário fora do local habitual, geralmente na axila. Esse tecido pode aumentar na puberdade, na gestação ou no ciclo menstrual, porque reage aos mesmos hormônios que a mama principal.

Por isso, pode causar incômodo, dor e até insegurança estética. Em alguns casos, também pode apresentar as mesmas doenças da mama normal, como inflamações ou até tumores, e é por isso que merece atenção.

A cirurgia para remover a mama acessória tem como objetivo melhorar o contorno corporal, aliviar sintomas físicos e devolver conforto e autoestima.

O que é mama acessória e por que ela aparece

A chamada mama acessória também conhecida como mama supranumerária ou mama ectópica, é formada por tecido mamário que se desenvolve fora do local habitual.

Durante a formação embrionária, existe uma “linha mamária” que vai da axila até a região da virilha. Normalmente, esse tecido desaparece, mas em algumas pessoas ele persiste em pontos específicos, como a axila.

“Muita paciente chega achando que é só gordura na axila. Quando examinamos, vemos que é tecido mamário mesmo, que responde a hormônios, incha no ciclo e pode incomodar bastante.”

Nem sempre é possível distinguir a olho nu se é gordura ou tecido mamário. Por isso, o exame físico e, em alguns casos, o ultrassom é essencial para o diagnóstico correto.

Quem pode ter e quando a paciente costuma perceber

A mama acessória pode aparecer tanto em homens quanto em mulheres, mas é muito mais comum nelas. Muitas só percebem na puberdade, na gestação ou durante a amamentação, quando há estímulo hormonal intenso.

“Nem todo ‘gordinho’ da axila é mama acessória. O primeiro passo é avaliar bem e entender se há glândula envolvida, porque isso muda completamente a forma de tratar.”

Os sinais mais comuns são:

  • Pequeno volume ou caroço na axila;
  • Aumento durante o ciclo menstrual;
  • Dor, sensibilidade ou inchaço;
  • Dificuldade para usar sutiãs, tops e roupas justas.

Além do incômodo físico, há o impacto estético. Muitas pacientes relatam vergonha de levantar os braços ou usar blusas sem mangas, o que afeta a autoestima e o bem-estar.

“Quando esse volume na axila atrapalha para usar biquíni, blusa regata ou até fechar o braço, a cirurgia passa a ser uma questão de qualidade de vida, não só de vaidade.”

Há riscos e é preciso se preocupar?

Sim. Mesmo sendo incomum, o tecido da mama acessória pode apresentar as mesmas doenças que a mama normal, como inflamações, cistos ou até câncer.
Por isso, é fundamental incluir a axila no autoexame e nas consultas de rotina.

“Esse tecido também é mama. Então precisa ser examinado continuamente. Se você sentir um caroço, dor diferente ou notar crescimento, é importante procurar avaliação médica.”

Estudos relatam casos de câncer em mama acessória, muitas vezes diagnosticados tardiamente por falta de conhecimento da paciente. Quanto antes for identificado, melhor o prognóstico e o tratamento.

Como é a cirurgia: técnicas, preparo e recuperação

A cirurgia para remoção da mama acessória é simples, mas deve ser bem planejada.
Em casos com predomínio de gordura, pode ser feita lipoaspiração isolada.
Quando há tecido glandular, é indicada a retirada cirúrgica direta (exérese), com uma incisão discreta na dobra da axila. Em muitos casos, o cirurgião combina lipoaspiração e exérese para um resultado mais harmônico.

Exérese é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção total ou parcial de um órgão, tecido ou lesão.

“Em alguns casos consigo resolver apenas com lipoaspiração. Em outros, é necessário remover o tecido glandular por uma incisão discreta na dobra da axila para deixar o contorno mais natural.”

A anestesia pode ser local com sedação em procedimentos pequenos, ou geral se houver associação com outras cirurgias, como mamoplastia ou lipoescultura. O tempo médio é de 1 a 2 horas, e o retorno para casa costuma ocorrer no mesmo dia.

Pós-operatório:

  • Curativo compressivo e, às vezes, uso de malha elástica;
  • Evitar levantar os braços nas primeiras semanas;
  • Edema e roxidão são esperados e diminuem gradualmente;
  • Analgésicos controlam bem o desconforto.

“A maioria das pacientes volta rápido à rotina, mas sempre peço cuidado com movimentos amplos de braço e esforço nas primeiras semanas para proteger a cicatriz.”

O resultado é uma axila com contorno mais limpo, sem volume indesejado e sem o desconforto que muitas relatam no dia a dia.

Perguntas mais frequentes das pacientes

“Isso é gordura ou é mama mesmo?”
Nem sempre dá para saber sem exame. O ultrassom ajuda a identificar se há glândula mamária no local.

“Preciso operar?”
A cirurgia é opcional, indicada principalmente quando há incômodo, dor, desconforto estético ou risco de doença.

“Pode virar câncer?”
Sim, o tecido mamário ectópico pode desenvolver doenças da mama comum. O risco é baixo, mas o acompanhamento é necessário.

“Vai ficar cicatriz visível?”
A incisão é posicionada na dobra natural da axila, e com o tempo tende a ficar muito discreta.

“Quando posso voltar à academia?”
Atividades leves, como trabalho de escritório, geralmente em poucos dias. Já exercícios com os braços, somente após liberação médica.

“O objetivo do tratamento é duplo: aliviar o desconforto físico e devolver segurança para a paciente se olhar no espelho, levantar o braço e usar a roupa que gosta.”

Conclusão

A mama acessória é um tema que muitas pacientes têm vergonha ou receio de falar, mas merece atenção. Em grande parte dos casos, o tratamento cirúrgico é simples, com recuperação rápida e resultados muito satisfatórios.
A avaliação com um cirurgião plástico é o passo essencial para entender se o que há na axila é gordura ou tecido mamário, e decidir o melhor caminho para cada caso.

“Cada axila é diferente. Há casos de mama acessória pequena e localizada, e outros que envolvem área maior. O planejamento da cirurgia é sempre individual, feito com cuidado e segurança.”

Sobre o autor | Website

Dr. Jorge Moulim – CRM 7797-ES e RQE: 5959 Formação acadêmica: * Residência médica em cirurgia plástica pela Universidade Estadual Paulista * Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) * Membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética * Membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!